27 de dez. de 2012

Traumatismo da medula espinhal em cães e gatos: estudo prospectivo de 57 casos

Pesq. Vet. Bras. 32(12):1304-13012, dezembro 2012

http://www.pvb.com.br/pdf_artigos/26-12-2012_13-07Vet%201231_2488%20PA.pdf

Autores: Daniela Scapini Mendes e Mônica Vicky Bahr Arias

Abstract: Spinal cord injury is a common cause of neurological dysfunction in dogs and cats. Lesions in these species are due to various types of accident, which can cause sequelae that impair the patient for life as a pet, or cause life-threatening injury. The main purpose of this work was the accompaniment of animals with spinal cord trauma seen from August 2009 to November 2010 at the Veterinary Hospital of Universidade Estadual de Londrina, studying the epidemiology and etiology, risk factors, spinal cord segments most affected, outcome of conservative or surgical treatment, ratio of time of patient care with recovery, efficacy and side effects of neuroprotective drugs, complications, sequels and evolution of patients. During this period we monitored 57 animals (48 dogs and nine cats). We observed a predominance of males (68%) and indoors (79%). The main cause of injury was being hit by a car (66%). The time between injury and first attendance was less than eight hours in 42% of cases and more than a day in 51%. The spinal segment most affected was the thoracolumbar (52%). Twenty animals were euthanized after the initial attendance due to poor prognosis. The conservative treatment  such as rest and/or external immobilization was performed on 29 animals, and a good outcome was seen in 72.4% of this patients: total functional recovery was observed in 17 (58.6%) animals and partial functional recovery was seen in four (13.8%). Four animals did not recover, and four animals died. Surgical treatment was performed in eight patients, and three animals recovered, one patient did not recover and four animals died or were subjected to euthanasia due to complications during intraoperative or postoperative period. Conservative treatment was a viable therapy, mainly in dogs  with cervical spinal cord trauma.

Resumo: O traumatismo da medula espinhal é uma causa comum de disfunção neurológica em cães e gatos. Lesões nestas espécies ocorrem devido a vários tipos de acidentes, podendo ocasionar sequelas que prejudicam o paciente como animais de estimação ou lesões que comprometam a vida. O objetivo principal deste estudo foi a monitoração intensiva de animais com lesão medular atendidos entre 8/2009 e 11/2010 no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina, estudando os fatores epidemiológicos e etiológicos, fatores de risco, segmentos medulares mais afetados, resultados dos tratamentos conservativo ou cirúrgico, relação entre o tempo de atendimento e a recuperação do animal, eficácia e efeitos colaterais do succinato sódico de metilprednisolona, complicações, sequelas e evolução do quadro. Durante este período foram acompanhados 57 animais (48 cães e nove gatos). Observou-se predominância de animais machos (68%) e domiciliados (79%). A principal causa de lesão foi o atropelamento (66%). O tempo entre o trauma e o atendimento foi menos de oito horas em 42% dos casos e mais de um dia em 51%. O segmento medular mais atingido foi o toracolombar (52%). Vinte animais foram submetidos à eutanásia após o atendimento inicial devido ao prognóstico reservado.  O tratamento conservativo com repouso e/ou imobilização externa foi realizado em 29 animais e um bom resultado com esta modalidade foi obtida em 72,4% dos casos: houve recuperação funcional total em 17 (58,6%) animais e parcial em quatro (13,8%). Quatro animais não se recuperaram e quatro animais vieram a óbito. Oito pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico, sendo que três animais recuperaram-se, um paciente não apresentou recuperação e quatro vieram a óbito ou foram submetidos a eutanásia devido a complicações no trans ou pós-operatório. O tratamento conservativo foi viável, principalmente em cães com lesão medular cervical.

5 de dez. de 2012

Clinical syndromes of nervous distemper in dogs initially presented without conventional evidences of CDV infection


Autores: Alexandre Mendes Amude, Amauri Alcindo Alfieri, Mônica Vicky Bahr Arias, Alice Fernandes Alfieri
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 6, p. 2347-2358, nov./dez. 2012

Resumo: Apesar da prática de vacinação, o vírus da cinomose canina (CDV) ainda é um  importante gente infeccioso que leva à doença neurológica na população canina em todo o mundo. Infelizmente, o diagnóstico clínico da encefalomielite pela cinomose é difícil nos casos apresentados sem evidências  clínicas convencionais de infecção pelo CDV, tais como sinais sistêmicos e mioclonia. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os déficits neurológicos e as síndromes clínicas da apresentação  neurológica da cinomose em cães portadores de doença neurológica apresentados na ausência de  evidências convencionais de infecção pelo CDV. Foram prospectivamente acompanhados cães que  apresentaram doença do sistema nervoso central, onde a abordagem diagnóstica ante mortem excluiu  outras afecções que não cinomose (etiologia tóxica, traumática, degenerativa, neoplásica, etc), sendo incluídos neste estudo os animais que vieram a óbito (morte natural ou eutanásia, apesar do tratamento médico) e foram necropsiados. Dez de 35 cães avaliados foram diagnosticados no post-mortem com  encefalomielite pelo CDV pela detecção de RNA viral pelo RT-PCR no tecido nervoso e observação  de lesões neuroparenquimatosas compatíveis com cinomose. De acordo com os sinais neurológicos, a  história clínica e a idade de apresentação, os cães foram agrupados em três síndromes clínicas da forma  neurológica da cinomose: i) encefalite pela cinomose canina em cães imaturos (CDEID) (n = 3); ii) encefalomielite multifocal pela cinomose em cães adultos (MDEMD) (n = 6); e iii) síndrome similar  a encefalite do cão velho (ODE-like) (n = 1). Os respectivos déficits neurológicos esperados para cada  uma das síndromes aqui apresentadas foram discutidos.

Abstract: Despite large vaccination practice, canine distemper virus (CDV) is yet an important infectious agent that leads to nervous disease in canine populations worldwide. Unfortunately, the clinical diagnosis of distemper encephalomyelitis is often difficult in cases presented without conventional evidences of CDV infection such as systemic signs and myoclonus. Therefore, the aim of this study was to evaluate the neurological deficits and the clinical syndromes of nervous distemper in dogs suffering from neurological disease admitted in the absence of the conventional evidences of CDV infection. Dogs presented with central nervous disease in which toxic/traumatic or a CDV-free etiology could be excluded ante mortem were prospectively followed up and which that died (natural death or euthanasia, despite medical treatment) and necropsy was carried out were included in this study. Ten out of 35 evaluated dogs were post mortem diagnosed with CDV encephalomyelitis by both CDV RNA detection through RT-PCR assay in nervous tissue and observation of distemper-compatible neuroparenchymal lesions. According to the nervous signs, clinical history, and the age of presentation, the distemper dogs were grouped in three clinical syndromes of CDV encephalomyelitis: i) canine distemper encephalitis in immature dogs (CDEID) (n=3); ii) multifocal distemper encephalomyelitis in mature dogs (MDEMD) (n=6); and iii) old dog encephalitis (ODE)-like syndrome (n=1). The respective nervous deficits expected from each one of the syndromes herein presented were discussed.

Avaliação de um kit de imunoensaio cromatográfico para detecção do antígeno do vírus da cinomose em cães com sinais sistêmicos ou neurológicos da doença


Autores: Murilo Cézar Curti, Mônica Vicky Bahr Arias, Marcelo de Souza Zanutto

Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 6, p. 2383-2390, nov./dez. 2012


A cinomose é uma doença multisistêmica altamente contagiosa, que pode levar a graves sequelas e até  ao óbito. Diferentes tipos de exames podem ser usados para o diagnóstico ante mortem da cinomose,  entretanto, devido ao curso imprevisível da doença, o diagnóstico final permanece incerto em alguns  casos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do teste comercial de imunoensaio cromatográfico para detecção de antígeno (Ag) da cinomose em 33 cães com suspeita de cinomose canina, comparandose ainda a frequência dos sinais clínicos e neurológicos entre cães positivos e negativos. Em 27/33 o  material foi coletado da mucosa ocular, em 5/33 foi coletado do LCR e em um animal o material foi  coletado da mucosa ocular e do LCR. Em 14/33 cães foi realizada também a técnica da reação em  cadeia da polimerase precedida de transcrição reversa (RT-PCR). O teste do Ag foi positivo em 7/13  casos confirmados, sendo que todos esses apresentavam sinais sistêmicos, porém em nenhum cão que apresentou apenas sinais neurológicos o teste do Ag foi positivo. Em seis cães negativos pelo teste  do antígeno o resultado da RT-PCR foi positivo. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciaram  que o teste do Ag não auxiliou no diagnóstico da cinomose em muitos casos com sinais sistêmicos e  neurológicos, permitindo ainda que vários casos apresentassem resultados falso-negativos. 

Evaluation of a commercial kit of chromatographic immunoassay  for detection of canine distemper antigen in dogs with systemic or  neurologic signs of the disease


The canine distemper is a multisystemic disease highly contagious which can lead to serious consequences and even to death. Different types of tests can be used for the ante mortem diagnosis  of canine distemper, however, due to unpredictable course of the disease, the final diagnosis remains  uncertain in some cases. We evaluated in 33 dogs with suspected canine distemper, the effectiveness  of a commercial test for detection of antigen (Ag) of canine distemper, still comparing the frequency  of clinical and neurological signs among positive and negative dogs. In 27/33 dogs the material was  collected from the ocular mucosa, in 5/33 dogs the test was performed with CSF and in one animal  material was collected from the ocular mucosa and CSF. In 14 dogs was performed also the RT-PCR  technique. The Ag test was positive in 7/13 confirmed cases of canine distemper, all of them with  systemic signs, but in dogs that had only neurologic signs, the antigen test was negative. In six dogs the  antigen test was negative, however the RT-PCR was positive. The results of this study showed that the  antigen test did not help for the canine distemper diagnosis in many cases with systemic and neurologic  signs, still allowing that several cases had false-negative results.

http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/view/9624/11699